LER DORT
e Acupuntura
Resumo
O presente trabalho apresenta uma
pesquisa bibliográfica nas bases de dados Medline e Lilacs e das apostilas do
curso de acupuntura do CEIMEC (Centro de Estudos Integrado de Medicina
Chinesa), além da experiência pessoal do autor como médico coordenador do PCMSO
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) de empresas nos mais
diversos ramos de atividade, e na terapia da dor.
Objetivo
Apresentar tanto os aspectos
considerados pela medicina ocidental, quanto a visão sob a ótica da MTC
(Medicina Tradicional Chinesa). Os resultados sugerem que as LER/DORT podem se
enquadrar no contexto da Medicina Chinesa conhecida como Sindrome Bi, e que a
acupuntura pode ser muito útil no manejo das LER/DOR.
Autor
Dr. Tammaro Luigi Giaccio[1]
Unitermos
"LER/DORT" e "serviços de
saúde" e Acupuntura, Repetitive Strain Injuries, Cumulative Trauma
Disorders e Work Related Musculoskeletal Disorders, acupuntura, acupuntura,
Síndrome Bi,Bi Zheng.
Conteúdo
1. Conceito
da Doença
O termo LER (lesão por esforços repetitivos)
foi primeiramente usado para denominar os quadros de dores osteo musculares que
acometem trabalhadores. Entretanto, a causa destas patologias não são apenas
movimentos repetitivos. Este extenso grupo de afecções dolorosas do aparelho
músculo esquelético tem etiologia multi-causal, como, por exemplo, o trabalho
estático. Por este motivo emprega-se atualmente o termo DORT (doença ortopédica
relacionada ao trabalho) ou LER/DORT.
As LER/DORT podem ser definidas como a inadequação
do ser humano ao trabalho que executa. Esta questão é extremamente complexa,
envolvendo aspectos sociais, econômicos, físicos, emocionais e políticos.
Algumas LER/DORT são distúrbios mio faciais, outras, lesões de natureza
neuropática havendo, geralmente, correlação entre ambos os aspectos no mesmo
paciente.
Ramazzini1
no século XVII dizia em seus relatos, que trabalho, saúde e doença formam
uma tríade. Qualquer estudo do problema deve dar-se sob estes diversos ângulos,
bem como no sentido de organizar estratégias para lidar com os problemas que
resultam da interface do homem com seu local e relações de trabalho2 3.
Diferentemente de outras doenças, o tratamento destas patologias tem um foco
especial no local de trabalho e nas relações físico emocionais do ambiente
laboral.
Deve-se explicitar
que, apesar da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) albergar
diversas patologias englobadas nas siglas LER/DORT, não há nele referência aos
acrônimos LER e/ou DORT, ou ainda aos seus respectivos significados literais, o
que equivale dizer que estes termos não são codificados ou reconhecidos
isoladamente como doenças4.
A OSHA (Ocupaccional Safety and
Health Administration) define os distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho como uma desordem dos músculos, nervos, tendões, ligamentos,
articulações, cartilagem, vasos sanguíneos, ou os discos da coluna vertebral no
pescoço, ombro, cotovelo, antebraço, punho, mão, abdome (hérnia apenas),
costas, tornozelo, joelho e pé associados à exposição a fatores de risco. 2
No Brasil, as
patologias englobadas nas siglas LER/DORT são atualmente enquadradas no
conceito legal de doença do trabalho de acordo com o disposto na Instrução
Normativa 98/20035 e seus efeitos jurídicos são equiparados ao
acidente do trabalho, nos termos do Artigo 20 da Lei 8213/916.
Nos EUA, a Secretaria do
Trabalho, em pesquisa estatística de 1994 estima que dos mais de 2.250 mil
acidentes e doenças na indústria privada, resultando em dias de trabalho
perdidos, cerca de 332 mil foram atribuídos a movimentos repetitivos7.
Estes distúrbios podem incluir
tensões musculares, entorse de ligamentos e tendões, inflamação das
articulações, nervos comprimidos, degeneração do disco vertebral, e condições
médicas, como dor lombar, síndrome de tensão no pescoço, síndrome do túnel do
carpo, síndrome do manguito rotador, síndrome DeQuervain, dedo em gatilho,
síndrome do túnel do tarso, ciática, epicondilite, tendinite, fenômeno de
Raynaud, síndrome de vibração mão-braço, tendinite de ligamento patelar do
joelho, e hérnia de disco da coluna
vertebral2.
2. Fisiopatologia
Vários
estudos clínicos e experimentais indicam que micro traumas teciduais ocorrem
como conseqüência da realização de tarefas repetitivas, extenuantes, e /ou
estáticas, Essas lesões teciduais mecânicas levam a uma inflamação local e até
mesmo sistêmica, seguidas por mudanças estruturais e tecido fibrótico9.
Há também
alterações no sistema nervoso periférico e central. Byl et al10
foram capazes de detectar decréscimos na sinestesia entre os pacientes com
tendinite associada com distúrbio osteo musculares LER/DORT e diminuição da
grafiestesia (a capacidade de discernir e reproduzir figuras desenhadas no
dorso da mão com os olhos fechados) e percepção de forma manual (medida como a
capacidade de identificar e, posteriormente, corresponder visualmente objetos
palpáveis, com os olhos vendados) alterada entre os pacientes com foco distonia
associada a LER/DORT, indicando comprometimento do sistema nervoso.
Os danos estruturais para a maioria dos tecidos resulta na proliferação
de células progenitoras do mesmo tecido11 12 13.
Danos mecânicos às fibras musculares resultam em rupturas do sarcolema e
sarcômero, o que provoca vazamento dos componentes celulares na matriz
extracelular e difusão de componentes do soro e em torno das mio fibrilas14
15. A infiltração simultânea de linfócitos, macrófagos e outras células
fagocíticas ocorre em resposta a uma difusão de fatores intracelulares através da
membrana plasmática danificada16 17. A combinação destes processos
de proliferação e infiltração pode levar a alterações no tecido ao longo do
tempo.
As alterações da matriz extracelular podem levar a regeneração de
tecidos ou cicatrizes 14 18. Lesões musculares repetidas resultam em
expansão de deposição de matriz extracelular e colágeno em torno das mio
fibrilas (fibrose) e necrose das fibras.
Os danos infligidos a tendões e ligamentos provocam proliferação de
fibroblastos, o que leva à fibrose e displasia de colágeno 19.
Quando as células experimentam alteração mecânica ou metabólica , seja
aguda ou crônica, reagem aumentando a produção de uma família de proteínas
denominadas proteínas de choque térmico – HSP (tradução não literal) 20.
Essas proteínas são produzidas após inflamação, infecção, hipertermia,
isquemia, esmagamento do nervo ou transecção neural, doenças degenerativas, ou
a exposição a várias toxinas 21. A variedade de tipos de células que produzem
essas proteínas em resposta à lesão, incluem os neurônios, células gliais,
fibroblastos e células musculares.
Demonstrou-se que essas proteínas têm um papel protetor na célula 22.
Durante os períodos de estresse celular ou lesão, o aumento de HSP-70/72 induz
o reconhecimento e restauração das proteínas desnaturadas ao seu estado nativo 23.
A presença dessas proteínas de stress em tecidos periféricos após uma tarefa de
movimento repetitivo indica que se deu inicio a um processo de reparação,
resultante do acúmulo de proteínas desnaturadas24.
O dano tecidual também resulta em uma liberação celular de citocinas,
que são mediadores da inflamação, proliferação celular, migração celular e
regeneração 25. Muitos tipos de células de tecidos periféricos,
incluindo fibroblastos, miócitos e células endoteliais, respondem pelos danos
sintetizando proteínas pró-inflamatórias, incluindo interleucina-1, IL-1, IL-6,
de necrose tumoral (fator alfa de TNFa), e prostaglandina E2. As citocinas
liberadas durante a inflamação aguda (por exemplo, IL-1α, IL -1β, TNFa) mediam a
proliferação e maturação de macrófagos e outras células mononucleares, bem como
os fibroblastos 26. Os macrófagos e outras células mononucleares são
ativados para, em seguida, produzir mais citocinas, como a IL-1, IL-6 e IL -11,
que estimulam mais a inflamação27 25 28 .
A Interleucina-1 aumenta a produção de COX2, uma enzima
pró-inflamatória, com um papel importante na síntese de prostaglandinas, como a
E2.
Interleucina-1 e TNFa também servem como estimuladores potentes da
atividade fagocitária dos osteoclastos29 . A ação de células
inflamatórias e osteoclastos ativados pode resultar em dano tecidual direto.
Assim, um ciclo vicioso de dano tecidual pode ser iniciado, levando à
inflamação crônica27 . Em tarefas repetitivas, este ciclo prolonga a
lesão e, amplificados pela exposição a tarefas contínuas, a intensidade do dano
aumenta.
Esta hipótese, entre outra, pode ser testada em modelos animais de
desordens de movimento repetitivo 33.
Embora os
pesquisadores em estudos, como os já citados nesta revisão, têm tentado
quantificar e relacionar o esforço percebido e sintomas de LER / DORT, o uso de
métodos não-invasivos para estimar o desempenho do trabalhador cria limitações
para estudar a fisiopatologia em seres humanos.
Investigadores
não conseguem relacionar facilmente medidas psicofísicas e biomecânicos com
alterações fisiopatológicas.
Utilizando
uma abordagem invasiva, Dennet e Fry 30 realizaram biópsias abertas
em músculos primeiro inter ósseo dorsal em doentes com síndrome dolorosa
crônica por uso excessivo e encontraram alterações histológicas e ultra
estruturais em fibras musculares correspondentes a desenervação ou isquemia de
fibras musculares do tipo II e hipertrofia de fibras do tipo I.
Larsson et al 70 demonstraram a
presença de patologia celular relacionada à disfunção mitocondrial em biópsias
de músculo trapézio em operários de linha de montagem com mialgia crônica
localizada do músculo trapézio, relacionados a posturas estáticas do ombro
durante tarefas manuais de precisão.
As
mudanças observadas são consistentes com hipóxia localizada e foram
correlacionados com a redução do fluxo sangüíneo muscular.
Neuroplasticidade
Outro
conceito que precisa ser abordado é a Neuroplasticidade, que enfatiza as
modificações funcionais e estruturais dos nociceptores decorrentes da lesão
tissular. Assim, o ser vivo memoriza o estímulo agressivo e pode apresentar
prontamente, quando diante de uma nova ameaça, reações nervosas de escape ou
fuga, caracterizada por fenômenos motores de retirada e ativação do sistema
nervoso simpático. Esse aumento da eficácia da condução sináptica é descrito na
literatura como sensibilização, está presente em todo paciente com dor crônica
e pode acometer o sistema nervoso central (SNC) ou periférico (SNP) 31.
A
história de trauma, de infecções virais, de doenças vasculares, de distúrbios
endócrinos ou metabólicos, de deficiência nutricional, de processos
inflamatórios ou auto-imunes contribui de forma evidente para a lesão ou
estimulação do sistema nervoso. Dessa forma, as alterações da localização e da
expressão de canais iônicos, de receptores e de sinapses nervosas e as mudanças
da distribuição e da cinética de neurotransmissores e de neuro mediadores
permitem que os neurônios centrais ou periféricos atinjam o limiar para
despolarização mais precocemente, gerando descargas ectópicas que se amplificam
e ativam células vizinhas. Pode-se inferir, então, que a dor crônica é um
estado de constante facilitação da condução nervosa, quando estímulos outrora
inócuos podem ser interpretados como dor (alodínia) ou quando a resposta ao
estímulo doloroso não é proporcional à intensidade da agressão (hiperalgesia)32.
3. Etiologia
As
LER/DORT não correspondem a uma unidade nosológica. Devido à variedade de
origens etiológicas que lhe são atribuídas, torna-se difícil descrever sua
etiologia segundo o modelo biomédico. A literatura clássica sobre o assunto
aponta para causas biológicas, psicológicas, sociais8 e políticas.
3.1. Aspectos ergonômicos
Estão associados à organização do trabalho, envolvendo principalmente equipamentos,
ferramentas, acessórios e mobiliários inadequados; descaso com o
posicionamento, técnicas incorretas para realização de tarefas, posturas
indevidas, excesso de força empregada para execução de tarefas, sobrecarga
biomecânica dinâmica, ou atividades estáticas, uso de instrumentos com excessos
de vibração, temperatura, ventilação e umidade inapropriadas no ambiente de
trabalho 34.
3.2. Aspectos
psicodinâmicos
Os fatores relacionados à maneira como o trabalhador se coloca perante a
exigência que lhe é imposta pelas atividades laborais, seu temperamento
emocional, a relação com chefes e colegas, insegurança gerada por medo de
falhar ou super solicitação da produtividade são determinantes no
desenvolvimento do quadro doloroso, tendo sido responsável pelo número
crescente de casos universalmente 35.
A crescente adoção do modelo
Taylorista[2]
pelas empresas, em que a produtividade está acima das
condições individuais dos trabalhadores, leva ao descompasse entre trabalhador
e trabalho.
Dejour 36 argumenta
que o trabalho, mediador privilegiado entre inconsciente e ordem coletiva, não
tem apenas seu aspecto negativo – a psicopatologia do desemprego e da
modernização capitalista – mas também, acima de tudo, “instrumenta-nos para
perceber as possibilidades de estruturação psíquica, levando os possíveis
encaminhamentos do sofrimento em direção ao prazer e à saúde”. Podemos entender
as LER/DORT são causadas pela “quebra da função do trabalho como operador fundamental da própria construção
do sujeito, colocado no centro da Psicologia, no mesmo nível que a sexualidade”35
36.
Isto quer dizer que o trabalho
precisa proporcionar dignidade e prazer ao indivíduo. Este deve encontrar na
atividade laboral um subterfúgio para os seus problemas íntimos e um reforço em
sua auto-estima e qualquer desvio deste padrão representa a possibilidade de
desenvolvimento de desarmonia energética, no conceito da MTC (Medicina
Tradicional Chinesa) ,que principia sob a forma de neurose ou distúrbio de
comportamento e na medida em que esta energia (Qi) vai se estagnando, paralisa
consigo o Xue(sangue) levando a consolidação anatômica do desequilíbrio.
3.3. Aspecto
sócio-econômico-culturais:
A despeito da necessidade que o trabalho tem de ser fonte de prazer e
gratificação, as relações entre o homem e sua atividade laboral no mundo atual,
na maioria das vezes, são regidas por interesses econômicos. O sistema
capitalista força o trabalho a ser tratado como um aparelho impessoal; como
extensão, o trabalhador idem; e o sistema ensina, também, que devemos tirar
todo o possível de uma máquina. Pessoas responsáveis por trabalhadores são
treinados para serem eficientes. Portanto, os funcionários que compõe uma rede
de relações de trabalho são sobrecarregados a principio, pela simples proposta
da ideologia.
Isto já é suficiente para gerar uma grande dificuldade em agregar
programas de saúde a redes de produção de sistemas empresariais.
O próprio Ramazini1, em seu prefácio de “As doenças dos
Trabalhadores” já no século XVII previa as dificuldades em propor ações de
beneficio aos que laboravam, apontando como grande remédio aos acometidos de
doenças do trabalho a redução da jornada ocupacional.
3.4. Aspectos energéticos
A MTC
(Medicina Tradicional Chinesa) acredita que qualquer patologia é uma
perturbação do Tao, que é o sistema
de trânsito natural e universal de energia, segundo determinadas direções e
sentidos, organização esta que não pode ser vista ou explicada. O Tao é
a força divina que dá origem ao Universo e que imprime leis e lógica à energia
universal, permitindo que ela se organize, criando os planetas e as estrelas,
os elementos da natureza e, por fim, a vida. O Tao organizou as forças
do universo criando as chamadas "polaridades universais", forças
opostas, mas complementares, que regulam os padrões de organização na natureza,
ou seja, o Yin e o Yang49. Essa lógica, segundo Maciota50,
é radicalmente diferente da lógica ocidental, estruturada na oposição dos
contrastes, premissa fundamental da lógica aristotélica. Assim, Yin e Yang
representam o desenvolvimento de todos os fenômenos no universo, sendo o
resultado de uma interação de dois estágios opostos que contêm ambos os
aspectos, em diferentes graus de manifestação, num movimento cíclico e
relativo, tendo entre si uma relação de interdependência, inter consumo e inter
transformação.
Sistemas
teóricos como o I Ching[3]
demonstram que a cultura e filosofia chinesas são condicionados pela crença de
que, através do conhecimento das interconexões universais, justamente como mais
tarde se explicou acerca dos conceitos da física quântica, pode-se prever o caminho
do Tao. A concepção de que a mudança e a incerteza são as únicas certezas,
fecha um ciclo de um sistema próprio de entendimento intuitivo, em contraste
com o ocidental, racionalista.
Desta
forma, quando o individuo exacerba na prática laboral, corrompe o Tao, levando
ao desequilíbrio energético interno, que se cronificado, passa a ser orgânico e
estrutural. A teoria da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) aponta como algumas
das Causas Externas de Doença o Excesso de Esforço Físico, que leva
a decréscimo por consumo de Qi(energia) e Xue (sangue) e o Excesso de
Preocupações, que debilita o Pi(Baço Pâncreas) e o Xin (Coração) e provoca
consumo de Yin e Xue levando a palpitações, insônia, ansiedade51.
Já, os quadros dolorosos são vistos como uma estagnação do Qi (energia) ao
longo do trajeto dos meridianos que, quando cronificado, leva a estagnação do
Xue (sangue) havendo, então, alteração anatômica da estrutura viva.
O que os
chineses perceberam há cinco mil anos foi comprovado pela Teoria da
Relatividade de Einstein e pela física quântica: Matéria e energia são formas
diferenciadas do mesmo princípio.
4. Exames
complementares
Os exames complementares em LER/DORT, como em
qualquer doença, devem ser solicitados de maneira extremamente cautelosa, pois,
como dito anteriormente, esta patologia envolve aspectos não só físicos, mas
emocionais, econômicos e também políticos. Não raros são os pacientes que
exigem do seu médico um “exame que vasculhe a alma” 37 na certeza de
que descobrindo certa lesão os mesmos farão jus a
proventos previdenciários ou terão subsídios
jurídicos para processar a empresa que supostamente causou sua doença. É
difícil analisar a sintomatologia e reconhecer o que são sintomas reais e onde
se encontra o ganho secundário[4]. Esta
é uma questão que transforma o médico em agente antipático, contrariamente ao
aspecto assistencialista que deve fazer parte da postura de um tratador.
Às vezes é, também, difícil convencer o
paciente de que os exames subsidiários não representam, de fato, algum acréscimo
ao conhecimento sobre a doença e sobre a forma de abordagem terapêutica.
Entretanto, este olhar sobre a doença pode
atingir uma definição muito interessante quando se considera o aspecto
energético das LER/DORT.
4.1. O entendimento do aspecto energético da
doença:
Quando há o entendimento de que o indivíduo ou
seu meio ambiente (e lembremos que o trabalho representa a terça parte do tempo
vivido pelas pessoas produtivas) estão desconfigurando o Tao, pode-se ter um
percepção diferenciada da doença. Explicando ao paciente que seus sintomas são
resultado de um desequilíbrio energético ainda não estruturado, fica mais fácil
a ele entender a negatividade dos exames subsidiários diante de um quadro de
dor intensa.
O paciente pode ter melhor compreensão do seu
problema ao perceber que sua energia precisa ser reformulada, ou corrigida, e
que uma dor localizada no ombro pode ser o reflexo, ou estar fortemente
envolvida com uma depressão emocional ou vice versa. Parece que, nos tempos
atuais, onde as pessoas procuram por entendimento holístico e muitas vezes
místico aos seus problemas, a visão da energia vital (Qi) parece ser bem vinda
e fonte de compreensão e auto conhecimento.
4.2. Radiografia
Adequada para análise de
estruturas osteo articulares. Pode ser eventualmente utilizada para excluir
artropatia (degenerativa ou inflamatória) e outras lesões osteo articulares.
Deve-se observar que às vezes há necessidade de se solicitar incidências
especiais, bem como bilaterais para comparação.
4.2. Ultra-sonografia
É atualmente o mais importante
exame subsidiário na detecção de LER/DORT.
A imagem ultra-sonográfica é
obtida através de pulsos de som de alta freqüência (2 a 15 MHz) transmitidos
por uma sonda (ou transdutor) para o interior dos tecidos. Devido a sua extrema
importância clínica, devemos ter um conhecimento mais aprofundado.
4.2.1. Achados
ecográficos nas LER/DORT38
4.2.1.1. Tenossinovite:
Os tendões normais são retilíneos
e apresentam padrão ecográfico fibrilar e hiperecogênico (escuro à imagem
ecográfica), devido à riqueza de interfaces especulares em seu interior.
Na tenossinovite de qualquer
etiologia, aguda ou crônica ocorre aumento da espessura e redução da
ecogenicidade do tendão, com halo hipo ou anecogênico (claro).
O edema e o infiltrado
inflamatório provocam o espessamento do tendão e desorganizam seu arranjo
fibrilar, levando à redução de sua ecogenicidade.
O halo hipo ou anecogênico é conseqüente
do espessamento inflamatório da bainha sinovial e da presença de líquido
peritendinoso.
A ultra-sonografia pode sugerir
um caráter agudo da lesão nas raras ocasiões em que se observa um espesso halo
anecogênico (líquido) associado a um tendão hipertrofiado, hipo ecogênico e
heterogêneo. Esse aspecto ultra sonográfico associasse, frequentemente, a um
quadro clínico florido.
Tendões acometidos: flexores dos
quirodáctilos, cabeça longa do bíceps, extensores dos quirodáctilos, abdutor
longo do polegar e extensor ulnar do carpo.
4.2.1.2. Cisto
Sinovial:
Paredes finas, conteúdo
predominantemente anecogênico (líquido), com ou sem septos finos. Mais frequentemente
encontrado na face dorsal do carpo no plano justa cartilaginoso, profundamente
aos tendões extensores dos quirodáctilos. Observa-se frequentemente um
prolongamento em direção ao plano articular rádio-cárpico. Quando volumoso,
pode atingir planos superficiais.
4.2.1.3. Epicondilite
- entesopatia da origem dos flexores e extensores do carpo:
Aumento da espessura e redução da
ecogenicidade, com aspecto finamente heterogêneo, irregularidade do contorno da
origem dos flexores e extensores do carpo junto aos epicôndilos medial e
lateral do úmero, respectivamente.
4.2.1.4. Tendinopatia
do supra-espinhal:
Aumento da espessura e redução da
ecogenicidade do tendão, com aspecto finamente heterogêneo.
Líquido e/ou espessamento
sinovial na bursa subacromial/subdeltóidea:
Faixa anecogênica e/ou
hipoecogênica entre a gordura subdeltóidea e o manguito rotador.
4.2.1.5. Achados
menos freqüentes:
Alteração da espessura do nervo
mediano.
Músculos acessórios e outras variações anatômicas no punho.
4.3. Ressonância magnética
É útil na avaliação de partes
moles e estruturas osteo articulares, sendo no entanto, mais cara do que a
ultra-sonografia (3 a 4 vezes). Raramente apresenta vantagens em relação a ela
no rastreamento de lesões miotendíneas dos membros superiores.
4.4. Cintilografia óssea
É um exame muito sensível na
detecção de distúrbios do metabolismo ósseo (traumáticos, inflamatórios,
vasculares e neoplásicos), porém, pouco específico em sua caracterização.
Indicações principais:
Pesquisa de fraturas de stress e
de necrose asséptica do quadril.
Não é eficaz na avaliação de
lesões miotendíneas.
4.5. Tomografia
computadorizada
Tem excelente resolução óptica
para estruturas osteo articulares. Apresenta baixa resolução de contraste em
tecidos moles, portanto, tem eficácia reduzida na pesquisa de lesões
miotendíneas.
4.6. Eletroneuromiografia
Deve ser solicitada nos casos em
que há queixas e exame físico compatíveis com compressões de nervos
periféricos, encontrados em alguns quadros associados às LER/DORT, como por
exemplo, síndrome do túnel do carpo, síndrome do canal ulnar, hérnia de disco.
É dependente do operador, requerendo muita prática do profissional. Resultados
normais não devem ser interpretados como ausência de patologia específica
neuromuscular. Assim, por exemplo, em caso no qual o paciente apresenta queixas
e exame físico compatíveis com quadro de compressão do nervo mediano, mesmo que
o exame eletroneuromiográfico seja normal, deve-se confiar na clínica.
5. Tratamento
complementar
Os
melhores resultados terapêuticos nos pacientes portadores da LER/DORT são os
obtidos pelo tratamento em equipe multidisciplinar, onde atuam conjuntamente
fisiatra, ortopedista, acupunturista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
psicólogo, fonoaudiólogo, educador físico, assim como orientadores em artes e
espiritualidade. Esta abordagem faz com que a vontade e a motivação do paciente
se junte ao suporte do entendimento intelectual, ou seja, o paciente encontra
todos os instrumentos para a compreensão de como seu organismo reage às forças
que lhe causam desequilíbrio. É imperioso que, como tratadores, reforcemos a
interação entre motivação e compreensão por parte do paciente a respeito do
enfrentamento da sua própria dor.
As
bases de tratamento das LER/DORT são as mesmas do pacientes com quadro de dor
crônica.
A
grande diferença é que, juntamente com as terapias médicas ou paramédica
dirigidas aos distúrbios físicos e mentais , deve ser dado grande importância à
reinserção do indivíduo em seu ambiente laboral, seja na mesma função prévia à
doença, seja em outra, ou ainda, em posto de trabalho de re engajamento ou
função alternativa, de modo a garantir a satisfação laboral aliada à
possibilidade de subsistência.
Grande
parte do processo de adoecimento do indivíduo se deve a impossibilidade de
obter satisfação no trabalho que executa, esta inadequação gera as dificuldades
de adaptação e conseqüente aumento de tensão músculo esquelética precursora das
alterações acima citadas.
Sem
mencionar os detalhes do tratamento multidisciplinar que se impõe, o que seria
redundância neste capítulo, devemos entender que o processo de superação das
LER/DORT está diretamente relacionado à postura física e mental do paciente em relação ao
trabalho.
O trabalho tem o mesmo grau de
motivação que proporciona a sexualidade para a motivação humana, diz Dexour36.
A restrição do prazer no trabalho, provocado pelos desajustes ergonômicos e
pelo clima psicológico do posto ou função laboral são a fonte elementar da
etiologia das LER/DORT.
Portanto, tão importante quanto
tratar o indivíduo é tratar seu posto de trabalho. O médico assistencialista
pode contribuir para criar condições que permitam ao trabalhador executar com
competência e dignidade funções laborais adequadas a sua saúde e
características residuais (reestruturação física e mental) ao processo de
tratamento.
Na prática, o médico coordenador da equipe de reabilitação deve se
utilizar dos instrumentos éticos e legais para viabilizar este processo de
adaptação do posto de trabalho ao paciente e não o contrário.
Desde 1994, por força da Portaria 24/94 do Ministério do Trabalho e
Emprego52 (DOU 29/12/1994) todas as empresas do Brasil, de qualquer
porte ou atividade devem ter um médico do trabalho que as assessore com as
questões ergonômicas, dentre outras. O médico do trabalho deve ter conhecimento
e controle de todos os setores da empresa e seus postos de trabalho, além de
possuir mecanismos de intervenção na produção de estratégias de enfrentamento
dos desequilíbrios ergonômicos que possam existir.
Para tanto, este especialista prepara o PCMSO (Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional) segundo diretrizes mínimas estabelecidas pela
Portaria, devendo proceder à recolocação profissional quando necessário, de
acordo com os parâmetros das normas da Previdência Social. Este programa,
dentre outros instrumentos, deve apresentar uma interação com o PPRA (Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais), de acordo com as diretrizes da Norma
Regulamentar No. 9 da Portaria 24/94 do Ministério do Trabalho e Emprego52
(DOU 29/12/1994), e com o Laudo Ergonômico de acordo com a Norma
Regulamentadora N.o 17 da Portaria 24/94 do Ministério do Trabalho e Emprego52
(DOU 29/12/1994).
Desde a instituição do Decreto Nº 3.048/1999 e a
implementação do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP53,
as empresas têm mais interesse em estabelecer estratégias de prevenção de risco
laboral, sob pena de incremento dos tributos incididos na folha de pagamento
dos empregados. A mesma lei prevê beneficios fiscais caso a empresa faça bom
uso do sistema previdenciário, eliminando ou diminuindo a produção de doenças
ou acidentes do trabalho.
O médico coordenador da equipe multidisciplinar de tratamento pode, por
exemplo, trocar relatórios com o médico coordenador do PCMSO da Empresa
fornecendo informações que lhe permitam formar estratégias sobre as condições
de risco, favorecendo que o trabalhador, que passa pela reabilitação, não volte
a exercer as mesmas atividades, exposto aos mesmos fatores que causaram seu
adoecimento.
Por outro lado, o conhecimento das condições do posto de trabalho do
paciente permite à equipe de reabilitação o estabelecimento de estratégias
terapêuticas adequadas a cada caso.
Outra forma do médico coordenador da equipe de reabilitação colaborar
para o estabelecimento de um controle da atividade laboral do paciente é
através da confecção de relatórios, que contenham o maior número possível de
informações sobre o quadro clinico deste, para o perito previdenciário. Os
relatórios devem proporcionar subsídios técnicos do estado de saúde, como força
muscular, amplitude articular, limitações funcionais, resposta aos tratamentos,
tempo previsto para a alta, além das co morbidades psíquicas.
Estas informações devem auxiliar tomada de decisão de conceder ou não
afastamento e benefício previdenciários ou recolocação de posto de trabalho. As
informações devem ser absolutamente isentas, sendo que o uso de expressões como
“solicito afastamento” ou “aposentadoria por invalidez”, etc, devem ser
terminantemente evitadas.
As condições que corroboraram para o aparecimento dos sintomas devem ser
eliminadas e o posto de trabalho adaptado pela empresa ao trabalhador, buscando
novos métodos e aplicação de estratégias diferenciadas de execução das
atividades laborais.
6. ACUPUNTURA
6.1. Diagnostico das síndromes
de desarmonia:
Procurando traçar um paralelo entre as
concepções da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) e o quadro clínico das
LER/DORT, verifiquemos as seguintes concepções:
O variado quadro anatomopatológico das
LER/DORT comporta desde patologias consideradas superficiais, entre a pele e os
músculos, até as mais profundas, localizadas em articulações e discos
intervertebrais.
Entretanto, como visto nos mecanismos
fisiopatológicos, nenhuma LER/DORT pode ser encarada como sendo uma doença
superficial, dado suas repercussões já explicitadas.
Nossa tese foi buscar na organização teórica
da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) o conceito da Síndrome Bi (Bi Zheng).
O conceito de Síndrome Bi (Bi Zheng) é o de
uma patologia ou, mais comumente, um quadro doloroso ou alteração funcional ou
anatomo-funcional em um segmento corporal delimitado. Não confundamos porem o
conceito de superficialidade da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) com o da
medicina ocidental. No primeiro caso ocorre apenas uma “superficialização” dos
sintomas, visto que não se entende, pela própria ideologia, uma alteração de
partes sem conexão com o todo.
Não podemos simploriamente considerar as
LER/DORT como formas circunscritas de quadros dolorosos, mas um acometimento de
todo sistema nervoso central. Martellari explica porque as LER/DORT não podem
simplesmente ser consideradas Síndrome Bi (Bi Zheng) 39, porem não
deixa claro a diferenciação entre estas Síndromes e as demais desarmonias no
caso das LER/DORT.
Síndrome Bi (Bi Zheng) é um quadro de
obstrução do fluxo de Matérias[5].
Quando agudo, está relacionado à invasão pelos fatores patogênicos exteriores,
e quando crônico tem uma fisiopatologia mais complexa, sempre relacionada ao
distúrbio energético dos Zang Fu (órgãos e vísceras)39. Este
segmento pode ser superficial, localizado entre a pele e os músculos, ou
profundo, abrangendo articulações e tecidos internos. Portanto, de forma
análoga às LER/DORT, o conceito de Síndrome Bi (Bi Zheng) não se restringe a
distúrbios superficiais apenas, mas também a problemas profundos como discos e
facetas da coluna vertebral, vísceras, osso, sangue, Jing Yi, região torácica,
etc.
As
Sindrome Bi podem ser classificada em 16 tipos: Intestinos, garganta, peito,
vasos sangüíneos, tendões, músculos, ossos,articulações, pele, rim, coração,
fígado, baço, pulmão, Bi Zheng dos Cinco Zang e Síndrome Bi generalizada.
Podemos estabelecer um diagnóstico de Síndrome
Bi (Bi Zheng) quando a dor é o sintoma predominante e há ausência de outras
manifestações importantes no segmento corporal correspondente39,
diferentemente das outras síndromes de desarmonia, que apresentam sintomas
específicos dos Zang Fu (órgãos e vísceras) correspondentes.
Acreditamos que, dentro da necessidade de
entender doenças, podemos encontrar nesta teoria uma classificação e mecanismos
fisiopatológicos muito interessantes, possibilitando abrangência holística e
efetiva no tratamento e dando explicações sobre alguns fenômenos clínicos
peculiares. Como dito anteriormente, um conceito fundamental no tratamento das
LER/DORT é a compreensão por parte do paciente dos mecanismos que o levaram a
adoecer, e ao apoderar-se do conceito energético da doença, numa época em que
as pessoas buscam cada vez mais uma compreensão energética dos seus problemas é
extremamente salutar e facilitado pelo método de tratamento multidisciplinar.
Ao penetrar no individuo, Fatores Perversos
Frio (Han), Umidade (Shi), Calor(Huo) , Secura (Zao) ou Vento (Feng) entram
pela superfície corporal em função da resistência debilitada do organismo ou
enfraquecimento de Qi. Cada um destes fatores patogênicos cria uma
sintomatologia própria que vai recriar as características destes fatores na
natureza. Desta maneira, a invasão de Vento (Feng) provoca dores migratórias,
pois tem como característica o movimento, o Calor(Huo) provoca queimação e
sinais inflamatórios, a Umidade (Shi) carrega características da água, que é
Yin e tende a causar peso e acumular-se em baixo e o Frio (Han) causa
estagnação do transito de Qi e Xue pela lentificação da energia em baixas
temperaturas.
Mesmo com a diversidade de patologias
relacionadas a LER/DORT A MTC (Medicina Tradicional Chinesa) se caracteriza por
ver nas alterações de saúde como uma alteração da forma como o indivíduo se
relaciona com seu meio ambiente, ou como o Tao está sendo perturbado.
Primeiramente ocorre um distúrbio no metabolismo energético, causando obstrução
ou enfraquecimento de Qi (energia) e Xue (sangue) locais. Se as condições
patológicas persistirem o distúrbio energético ou as Energias Perversas vão se
interiorizar, acarretando patologias nas matérias Xue (sangue), Jing Ye
(líquidos), Jing (essência), Zang Fu (órgãos e vísceras), etc.
Por outro lado, a classificação etiopatogênica
das doenças pela medicina tradicional Chinesa inclui o excesso de trabalho
aparece como fator causador de doenças, portanto ela oferece uma base teórica
completa para a abordagem das LER/DORT.
6.2. Tratamento pela
acupuntura
Uma das técnicas mais antigas de
diminuição da dor é a analgesia através da desativação dos pontos gatilho
miofaciais pela acupuntura. É um dos tratamentos mais efetivos para as dores
músculo esqueléticas.
Entretanto, a prescrição dos
pontos específicos de acupuntura difere da simples desativação de um trigger
point, ou seja, são pontos de ação terapêutica local e também sistêmica.
A acupuntura visa restabelecer a
circulação da energia (Qi) e Xue (Sangue) nos Canais de Energia dos Órgãos e
Vísceras, com isso levando o corpo a uma harmonia entre energia e de matéria40.
Uma dos achados mais intrigantes na revisão bibliográfica em acupuntura
e tratamento de dor é que não há evidencias mostrando que o agulhamento segundo
os parâmetros, diagnóstico e concepção terapêuticas da MTC seja mais efetivo do
que apenas o agulhamento nos pontos miofaciais41.
Demonstrou-se a sobreposição de pontos gatilhos miofaciais com os pontos
de acupuntura42, mas o agulhamento simples destes pontos não aborda
a terapêutica holística da MTC, pois esta pressupõe que devemos tratar das
síndromes correspondentes.
Num dos poucos trabalhos encontrados na bibliografia sobre tratamento de
LER/DORT, encontramos a acupuntura associada a tratamento multidisciplinar como
o mais eficiente tratamento, frisando que a acupuntura isolada43 não
difere muito em efetividade com a Shan acupuntura (falsa acupuntura). O artigo
continua, sugerindo que acupuntura melhora não apenas os quadros dolorosos
atuais, mas previne sua recidiva, alem de melhorar a função músculo esquelética
e a limitação funcional.
De acordo com Hong44 , a acupuntura, terapêutica milenar que
utiliza agulhas, moxas e outros instrumentos atua para liberar substâncias
químicas, com efeito analgésico e/ou antiinflamatório, no organismo e, assim,
alivia a dor e outros sintomas decorrentes de determinadas enfermidades, tendo
especial efeito sobre a dor. Entretanto este autor demonstrou, também, a
efetividade da acupuntura no tratamento da asma45.
6.2.1. Tratamento
dos quadros dolorosos segundo a acupuntura46
O tratamento por acupuntura e
moxibustão integra o estímulo de pontos do
corpo por meio de agulhas ou
hipertermia. A seleção e combinação dos
pontos estão intimamente
relacionadas com a eficácia terapêutica.
Uma prescrição completa inclui
seleção e combinação dos pontos com a
utilização do método de tonificação
ou sedação51.
Isto, talvez, explique a grande
discrepância de resultados nas pesquisas clinicas sobre acupuntura. A maioria
dos artigos examinados por nós utiliza a aplicação pré determinada de pontos.
Mesmo nos trabalhos em que se considera a fisiopatologia da desarmonia
individual do paciente, ou seja, faz-se o diagnóstico das síndromes de
desarmonia, não se utiliza as técnicas de tonificação e ou sedação, nem se
considera as condições do médico que está agulhando o paciente.
Os mestres acupunturistas nos
ensinam que umas das condições fundamentais da terapêutica é o médico estar com
seu Shen (alma) calma e concentrada. A maneira de introduzir a agulha, provocar
a sensação do De Qi (sensação de choque que se obtém ao introduzir as agulhas
nos pontos de acupuntura), de utilizar as técnicas de sedação, harmonização ou
tonificação e a relação de empatia médico-paciente são determinantes e
discriminam a habilidade individual do acupunturista.
Neste sentido, mesmo quando se
pretende um agulhamento visando o tratamento da dor, através do estimulo de
pontos do meridiano acometido, os melhores resultados são obtidos quando o
médico percebe através dos seus sentidos o estado de desarmonia do paciente: se
este apresenta uma síndrome de excesso ou deficiência, se é de calor ou frio,
interno ou externo, Yang ou Yin, perfazendo assim, a classificação de acordo
com os quatro princípios diagnósticos da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) .
A acupuntura comporta vários
sistemas de combinações de pontos para tratar síndromes dolorosas, Sindromes
dos Zang Fu (orgão e visceras) ou Síndrome Bi46:
O tratamento das diversas sindromes dolorosas podem usar combinações das seguintes técnicas:
O tratamento das diversas sindromes dolorosas podem usar combinações das seguintes técnicas:
6.2.1.1. Pontos locais:
São
os pontos de acupuntura localizadas no local ou na vizinhança da dor.
6.2.1.2. Pontos à distância:
São
os pontos localizados longe do local acometido e os escolhemos por causa da
coincidência com o trajeto do meridiano. Há autores39 que prescrevem
o agulhamento dos Pontos Poço dos meridianos envolvidos nas regiões anatomicas
da dor, por considerarem que isto ativaria o fluxo dos canais colaterais e
tendino-musculares.
6.2.1.3. Semelhança cefalo-caudal:
“Trate
o alto pelo baixo e o baixo pelo alto” O alto da cabeça para o tratamento de
hemorróidas ou usar pontos correspondentes da mão para tratamento do pé
homolateral.
6.2.1.4. Semelhança do
contralateral:
Utilização
dos pontos do membro contralateral para o tratamento do membro acometido. Isto
é particularmente interessante quando se pretende usar a acupuntura associada à
cinesioterapia. É um recurso importante, também, para avaliar o alivio da dor
durante a sessão de acupuntura, visto que libera o membro acometido para a
movimentação e percepção do percentual de dor aliviado.
6.2.1.5. Recursos extras:
O
estímulo no ponto de acupuntura pode ser não só com agulhas, mas com calor, com
a Moxabustão, ou estimulação elétrica.
Ventosas:
são instrumentos que provocam o aumento da vascularização local.
6.2.1.6.Agulhamento de
microsistemas:
Os
micrositemas são representações do corpo humano em regiões anatômicas
específicas como escalpo, primeiro metacarpo e outros. Trata-se da convergência
dos canais de energia do corpo, representando, desta forma a totalidade do
corpo e a possibilidade de tratamento das partes através de pontos específicos
nestas regiões. Dentro da literatura pesquisada para os subsidios deste
trabalho, entramos apenas a Auriculoterapia como técnica de microsistema para o
tratamento das LER/DORT.
6.3. Técnicas e pontos de acupuntura para tratamento de dores agudas:
6.3.1.
Torcicolo ou cervicalgia aguda:
Pontos distais:
Lo Tsen (extra 82)[6] + VB34
Estímulo forte pedindo p/ movimentar a parte acometida.
Outra opção: VB39+ ID3 +TA3.Pontos locais: VB20 + VB21 + TA15. Pode-se aplicar ventosas nos pontos locais. Frequência: 1-2 vezes/dia/2-3 sessões.
Outra opção: VB39+ ID3 +TA3.Pontos locais: VB20 + VB21 + TA15. Pode-se aplicar ventosas nos pontos locais. Frequência: 1-2 vezes/dia/2-3 sessões.
Figura 1.
6.3.2.
Lombalgia aguda:
O
objetivo é proporcionar o fluxo livre do Qi/Xue através dos meridianos de
bexiga e Du Mai (Vaso Governador). Pontos escolhidos: EX-MS7
(Yao Tong Dian). Os pontos localizam-se na projeção inerna do
encontro de duas agulhas inseridas obliquamente no dorso da mão, no sentido
centrípeto. As agulhas devem ser fortemente estimuladas, pedindo ao paciente
que movimente o local afetado, antes da aplicação dos outros pontos.VB 34 +
B40.
Outros pontos: Existe a opção usar DM26, TA3 e ID3 no lugar do ponto Yao Tong Dian. Não se deve esquecer do Tai mai, VB26 quando ocorre irradiação "em cinta".· As ventosas nas regiões com dor a digito pressão, comumente são de grande valia. O sangramento acrescido de ventosa nas áreas com hematomas e equimoses também pode ser usado.
Outros pontos: Existe a opção usar DM26, TA3 e ID3 no lugar do ponto Yao Tong Dian. Não se deve esquecer do Tai mai, VB26 quando ocorre irradiação "em cinta".· As ventosas nas regiões com dor a digito pressão, comumente são de grande valia. O sangramento acrescido de ventosa nas áreas com hematomas e equimoses também pode ser usado.
Auriculoterapia:
Região lombar ou ponto de lombalgia, shen men e subcortex. (Ver figura 2)
Região lombar ou ponto de lombalgia, shen men e subcortex. (Ver figura 2)
6.3.3. Ombralgias
As
técnicas e pontos descritos a seguir se referem às seguintes patologias:
·
Síndrome de impacto.
·
Tenossinovite bicepital
·
Tendinite do M. supra-espinhal
·
Roturas do manguito rotador
·
Tendinites Calcarea
·
Bursite subacromial
·
Periartrite do ombro
Em todos estes casos usa-se faz-se agulhamento
no ponto E38 direcionado para B57, aplicando-se ainda os pontos abaixo, de
acordo com a região anatômica da dor:
•
Anterolateral: P7 direcionado para IG5 / Pontos subcutâneos.
•
Lateral: IG11 / IG13, IG15, TA14
•
Posterior: ID3, TA3 / TA14, ID9 .
Em todos os casos com possibilidade da dor ser
miofascial, aplicar Ah-Shi.
6.4. Técnicas e pontos de acupuntura para tratamento de dores crônicas:
6.4.1.
Ombro Doloroso:
Idêntico ao tratamento para
quadros agudos. O ponto E38, transfixando a agulha 1,5 polegada em direção à
B57 é muito indicado na dor no ombro de qualquer etiologia, sendo
particularmente útil na capsulite adesiva do ombro.
6.4.2.
Epicondilite lateral do úmero:
Pontos distais: IG4 Pontos
vizinhas: IG11 e 13. Pontos locais: 2-5 agulhas inseridas ao redor da lesão
direcionando-os no sentido do ponto central do ponto doloroso (técnica da
"garra de águia") ou agulhas inseridas obliquamente e subcutaneamente
sobre o local da dor. Outros recursos: Ponto do contra-lateral, Moxa sobre a
agulha, eletro-estimulação com agulhas subcutâneas e paralelas ao ponto de
lesão, moxa sobre o ponto doloroso.
6.4.3.
Dedo em gatilho:
Mesmo sendo um caso de alteração anatômica, pode-se tentar o tratamento com acupuntura quando a patologia é aguda, isto é, enquanto está na forma de bolsa com exudato, sem organização tecidual no seu interior. Agulhar no ponto da dor ou do nódulo (com o intuito de atingir o nódulo). Moxa 1-2 vezes/dia.
6.4.4.
Síndrome do túnel do carpo
Pontos locais: PC7 ou PC6 direcionados para TA5 ou TA5 direcionado a PC6.
6.4.5. Tendinite de D’Quervain
Pontos locais: IG4, IG5 e P7; Moxa 1-3 vezes/dia de 10-20 minutos/vez; eletro-acupuntura.
Aurículo: Sub-cortex, Shen men e punho.
6.4.6.
Dor de joelho crônica
Os 4 pontos ao redor do joelhosBP10, BP9, VB34 e E34 e
EXMMII 5 (Xi Yan).
6.4.7.
Lombalgia crônica
Sendo um dos quadros mais comuns e mais complicados da medicina, a
lombalgia tem uma abordagem peculiar pela MTC (Medicina Tradicional Chinesa),
sendo necessário diferenciá-las de acordo com os quatro princípios.
Aspectos gerais do tratamento:Auxiliar o desbloqueio do fluxo
energético, usando principalmente os meridianos dos rins e bexiga.
3 pontos principais (que serão utilizadas em todas os casos) : B23, DM3 e B40.
3 pontos principais (que serão utilizadas em todas os casos) : B23, DM3 e B40.
Acrescentar os seguintes pontos de acordo com
as etiologias:
·
Frio/Umidade: Moxa no B23 e DM3, alem de agulhar B40. (com
intuito de harmonizar e desbloquear o fluxo do Qi (energia) e Xue (sangue).
·
Insuficiência dos rins: DM4, B52 e R3 com métodos
tonificantes. (tonificar os rins.).
·
Entorse: DM26 “tratar o baixo pelo alto e o alto pelo
baixo” e B40 provocando sangramento.
6.4.8.
Ciatalgia e lombociatalgia:
A trajetória da dor ou da parestesia são preferencialmente dos
meridianos da Bexiga e Vesícula Biliar. Usaremos, portanto, estes dois
meridianos para o tratamento. Quanto à localização pode ser posterior ou
lateral. Para os dois tipos: ID5 (do contra lateral) Trajeto posterior: VB30,
B36, B50, B37, B51, B60, B40, B54.Trajeto lateral: VB31, VB34 e VB39. Quando há
componente lombar: B23, B24, B25 e B26. As ventosas são interessantes para
diminuir a contratura dos M. para vertebrais.
6.5. Auriculoterapia como
coadjuvante do tratamento das LER/DORT.
ARAÚJO47 demonstra que pacientes com LER/DORT tratados pela
acupuntura sistêmica associada à auriculo acupuntura apresentam resultados
satisfatórios. O que chama atenção neste método é a orientação que os pacientes
recebem instruções precisas para manipular os pontos de acupuntura selecionados
por 15 a 20 vezes por dia, o que poderia ser citado como um convite à auto
consciência, ou seja o paciente é convocado a participar de forma ativa na
colaboração da sua terapêutica, tendo isso, sem dúvida evidente efeito
psicológico, associado ao efeito que os meridianos exercem sobre os pontos de
acupuntura auriculares.
Segundo o autor, devem-se estimular os seguintes pontos:
• Ápice da Orelha: Selecionado
para a realização do procedimento de sangria, a qual tem função
antiinflamatória,analgésica, calmante e sedativa. Com aplicação bilateral.
• Ponto Shen Men: Localizado
no terço lateral da fossa triangular, no ponto onde se bifurca a anti-hélice.
Tem ação anti-ansiolítica, analgésica. É o principal ponto no tratamento.
• Ponto do Rim: Localizado
debaixo do ramo horizontal da anti-hélice. É o segundo ponto a ser utilizado
por possuir ação analgésica e tonificante sendo importante para a manutenção
da saúde. Com aplicação
bilateral.
• Ponto do nervo Simpático:
Terceiro a ser estimulado em qualquer tratamento auricular, principalmente
em programas que visam analgesia e anestesia, possuindo ação reguladora das
atividades do sistema neurovegetaitvo, antiinflamatória, relaxante e
tonificante do sistema musculotendíneo. Tem aplicação bilateral.
• Ponto do Fígado: Tem
ação calmante e elimina o calor local. É o ponto regulador do QI
(energia) responsável por controlar a função dos músculos, além de fortalecer o
baço. Tem aplicação unilateral na orelha direita.
• Baço-pâncreas (BP): Controla
os tendões, ligamentos, membros e o sangue. Ponto do baço com aplicação
unilateral a esquerda e o ponto do pâncreas com aplicação unilateral a direita.
• Pontos auriculares das
áreas correspondentes aos locais de dor: Foram selecionados de acordo
com os locais de dor indicados por cada paciente no diagrama (Figura 2) podendo
ter aplicação unilateral ou bilateral. Entre eles foram selecionados o Ponto do
ombro, articulação do ombro, cotovelo, punho, dedos e coluna cervical. Os quais
possuem ação sobre as áreas com os respectivos nomes.
Figura 2
6.6. Prevenção
das LER/DORT segundo a visão da MTC
O Qi Gong é uma técnica milenar
de integração do ser humano com o cosmos através de movimentos musculares
coordenados que levam à consciência corporal, principalmente envolvendo o
controle da respiração. Como atividade muscular meio voluntária, meio
inconsciente, controlar a respiração é um exercício que leva o homem perceber a
possibilidade de dominar as energias que circulam por seu corpo, simbolizando o
domínio da natureza interna através da prática da perseverança e disciplina,
prática esta desprovida de características morais ou éticas. É também uma
possibilidade de fortalecer a consciência crítica e
transformadora dos indivíduos sobre o mundo real do trabalho48.
Por ser uma técnica que pode ser
facilmente aprendida pode ser ensinada como relativa facilidade, havendo também
sua característica holística, bastante aceita pelo senso comum atualmente,
quebrando a passividade dos tratamentos convencionais.
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Marcos Díaz Mastellari – disponível em http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/mednat/sindrome_bi_1.pdf
40. ESTUDO DA FIBROMIALGIA E
SÍNDROME MIOFACIAL E OS POSSÍVEIS PONTOS DE ACUPUNTURA A SEREM UTILIZADOS.
Josiana Claudia da Silva
Trabalho de Conclusão de Curso; Prof.
Orientador Marcelo Fabián Oliva; Santo Amaro da Imperatriz, agosto de 2004.
Disponível em http://www.cieph.com.br/site_novo/downloads/Monografias/Monografia%20Josiana%20Cl%E1udia%20da%20Silva.pdf
41. Observations on clinical therapeutic
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42. Myofascial referred-pain data provide
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43. Acupuntura
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46. Pai, HJ, Dr. Peng Ming
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47. ARAÚJO,
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48. A ginástica
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50. Maciocia, G. The Practice of Chinese Medicine:
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54. Freud, S. (1917 [1916-17]). Teoria Geral das
Neuroses - Conferência XXII - Algumas idéias sobre desenvolvimento e regressão
– etiologia. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas de Sigmund
Freud. Rio de Janeiro: Imago
[1]
Médico ortopedista, do trabalho e acupunturista, Diretor Clínico da Clínica
Monsenhor Ciro www.monsenhorciro.com,
assistente de pesquisa em acupuntura do Grupo de Acupuntura do Serviço de
Neurologia do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo)
[2] Modelo de administração desenvolvido pelo
engenheiro estadunidense Frederick Taylor -1856-1915- que é considerado o pai da administração
científica. Caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento
da eficiência ao nível operacional.
[3] O I Ching ou Livro das Mutações,
é um texto clássico chines composto de várias camadas, sobrepostas ao longo do
tempo. É um dos mais antigos textos chineses que chegaram até nossos dias. Através de um sistema de simbolos chega-se a
previsão do futuro, baseado no fato de que uma vez conhecendo as interconexões
do Tao pode-se ter a visão do seu caminho no futuro.
[4] O conceito de ganho primário e secundário foi
criado por Sigmund Freud54 em 1901 visando denominar a interpretação
pessoal que o paciente faz da sua doença ou quadro doloroso crônico visando
algum benefício. No caso de beneficio emocional fala-se em ganho primário. O
ganho secundário é o a manutenção da condição limitada intencional ou
inconscientemente visando os benefícios pecuniários que o paciente julga
merecer.
[5] O termo Matéria na MTC (Medicina Tradicional
Chinesa) se refere, no sentido ocidental, tanto ao Qi (energia), quanto Xue
(sangue), Jing Yi (Líquidos), Jing (Essência) e outras substâncias, que
contextualmente trazem consigo um aspecto energético (Yang) e um material
(Yin). Ambos, através das propriedades de inter relacionamento,
interdependência e inter consumo e oposição possuem em cada um a essência do
outro, não havendo interface definida entre a matéria (concepção ocidental) e
energia.
[6] Localização:
no dorso da mão, 0,5 tsun proximal da articulação metacarpo-falangeana, entre o
segundo e terceiro metacarpos.
Aplicação: agulhar, oblíqua ou perpendicularmente, 0,5-1
tsun. (ver figura 1)